Como tenho enfatizado em outros artigos o tratamento para readquirir um novo peso passa por mudanças em nossas rotinas e estilo de vida e um comprometimento para efetuar estas mudanças. Para mim as medicações são um fator importante para ajudar nesta reorganização. São um meio e não um fim.
No tratamento da obesidade o arsenal medicamentoso ficou restrito após a retirada do mercado da lorcaserina (Belviq) uma decisão da ANVISA, após a suspensão pelo FDA.
Em outubro de 2021 o STF suspendeu o uso da Anfepramona (Dietilpropiona) e do Femproporex, medicamentos seguros com experiência de mais de 30 anos mesmo com a posição contraria do Conselho Federal de Medicina e as principais Sociedades Medicas de Endocrinologia e Obesidade.
Tanto os endocrinologistas como os pacientes aguardam por novos medicamentos para o tratamento da obesidade.
Em fase de pesquisa que serão lançados nos próximos anos temos o cetilistat (semelhante ao xenical), setmelanotida (agonista do receptor sintético da melanocortina), o Empatic (zonisamida-bupropiona), a tesofensina ( inibe a recaptação sináptica de serotonina, noradrenalina e dopamina) e o metilfenidato (usado para deficit de atenção) e mais recentemente o canabiol está em fase 2 de ensaios para hiperfagia.
O FDA aprovou a liraglutida para tratamento em pacientes obesos não diabéticos na dose de 3.0 mg, lançada no Brasil com o nome comercial de Saxenda. No Brasil o Saxenda foi aprovado pela ANVISA em março de 2016.
Em final de 2018 a ANVISA aprovou o primeiro remédio para compulsão alimentar, a lisdexanfetamina (Venvanse).
Em junho de 2021 a Food and Drug Administration dos EUA aprovou a injeção de Wegovy (semaglutida) (2,4 mg uma vez por semana).
Em dezembro de 2022 A Anvisa aprovou a combinação de bupropiona e naltrexone (Contrave) para uso no Brasil.
Há novos medicamentos como a associação de topiramato com fentermina (Qsymia) já aprovado pelo FDA.
Medicações devem ser indicadas pelo médico e necessita acompanhamento durante todo o tratamento. O tratamento tem que ser personalizado .
Com certeza nos próximos anos poderemos ter uma ideia melhor do potencial destas novas medicações.